Fonte : Tribuna do interior
Da Redação
A Câmara de Vereadores de Campo Mourão estuda instaurar uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com pedido de cassação contra a
prefeita de Campo Mourão, Regina Dubay (PR). A informação foi repassada ontem
pelo presidente do Legislativo, vereador Pedro Nespolo (SDD). A CPI pode ser
criada depois de a prefeita ter declarado durante entrevista na semana passada,
a uma emissora de rádio da cidade, que demitiria a superintendente do Fundo de
Previdência dos Servidores (Previscam), Zulméia Aparecida da Silva, como medida
de retaliação à vereadora Vilma Terezinha (PT), que votou contra a intenção de
Regina de poder remanejar 20% do total do orçamento previsto para 2014, de
R$240 milhões.
Nespolo informou à TRIBUNA que a Câmara fez a degravação da
entrevista de Regina e faz agora um ‘estudo jurídico’. “Vamos investigar. Não
está descartada a possibilidade da criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) ou até um processo de cassação”, ponderou. O presidente disse ainda
que será levantado se os vereadores estão tendo o livre arbítrio de votar de
acordo com suas convicções ou se estão sendo pressionados por causa de cargos
indicados na administração.
Durante entrevista, que foi ao ar na quinta-feira, no
programa “Jornal 100”, Regina disse que não “tinha nada” contra Zulméia, mas
ela era indicação de Vilma. “Se não confiaram na prefeita, não tem por que
continuarem fazendo parte da administração”, declarou Regina. No decorrer da
entrevista, a prefeita disse ainda que iria fazer mais demissões nos próximos
dias de pessoas que teriam sido indicadas por vereadores antes considerados
aliados.
Nespolo acrescentou que ouviu a entrevista da prefeita por
inúmeras vezes. Ele considera as declarações dela ‘extremamente graves’.
Segundo o vereador, a prefeita deixa os vereadores da base em situação
constrangedora, coloca em dúvida o poder de decisão dos vereadores, pressiona
os servidores comissionados e gera insegurança na administração mediante a
aceitação ou não dos vereadores nas ordens de votação. “No meu entendimento,
voto não tem que ter acerto de cargo. Voto é algo sagrado”, ponderou.
Walter Pereira
Jornalista
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