Por Walter Pereira - Tribunadonteiror.com.br
Após o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) de Maringá desbaratar um “esquema de arrecadação” na
prefeitura de Campo Mourão, o município deve abrir nos próximos dias uma
sindicância para apurar e punir servidores responsáveis que estejam envolvidos
no caso. A Procuradora Geral Carla Zagoto, disse na manhã desta quinta-feira
(6) à TRIBUNA, que apenas aguarda acesso ao processo investigatório para
prosseguir com a investigação.
Carla informou que o município teve acesso até agora apenas
às informações divulgadas pela imprensa. “Ainda não tivemos acesso ao processo
material e argumentos e questões que constam nos autos. Assim que pudermos ter
acesso a esta situação acho que vai ficar mais fácil de nos posicionarmos a
cerca do que pretendemos fazer”, informou. Segundo a procuradora, a prefeita
Regina Dubay (PR) não tinha conhecimento da prática. “Até ontem, quando
noticiamos a prefeita, ela pediu para que nos interássemos dos fatos. Ela saiu
em viagem pediu que nos mantemos informada sobre a situação”, frisou.
A procuradora diz que espera acesso aos autos do processo, e
que, se comprovado o envolvimento do diretor da Secretaria da Saúde, Anselmo
Junior Camargo, ele será exonerado do cargo. “Mas para isso precisamos ter
acesso ao processo. Não temos conhecimento nem do crime que está sendo imputado
ao servidor”, ressaltou. Camargo continua preso na 16ª Subdivisão Policial
(SDP) de Campo Mourão. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de concussão,
quando o funcionário público exige para si vantagem indevida. A punição para o
crime é pena de reclusão de dois a oito anos e multa.
O caso
Segundo o Gaeco, existe a formação de uma quadrilha
organizada no alto escalão da prefeitura com a finalidade de arrecadar dinheiro
proveniente do salário de vários servidores que ocupam Cargos Comissionados
(CC’s). As investigações apontam que estas pessoas eram coagidas a repassarem
um percentual dos seus salários a representes do executivo municipal. Ontem,
Camargo foi flagrado com cerca de R$670 e confessou que o dinheiro era repasse
de CC’s.
Segundo o delegado do Gaeco, Elmano Rodrigues Ciriaco, a
prática não se limita apenas à secretaria da Saúde. Não há confirmação que a
prefeita Regina Dubay (PR) tenha conhecimento da prática. As investigações, que
iniciaram ainda no ano passado estão em andamento para se chegar ao mentor do
esquema.
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