Fernando Lorenzzo/Assessoria
O presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Campo
Mourão, Pedro Nespolo, deve pedir a instauração de uma Comissão Processante
para investigar uma possível participação da prefeita Regina Dubay em esquema
que cobrava dinheiro de comissionados, conforme investigação do Grupo Especial
de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A informação foi repassada na tarde
desta quinta-feira (06) durante uma coletiva na Câmara Municipal.
Nespolo disse que espera a denúncia chegar até o Legislativo
para fazer o pedido. "A partir de denúncia formalizada por qualquer
munícipe, acompanhada de evidências da materialidade do crime, será encaminhada
ao plenário da Câmara Municipal proposta para a criação da Comissão Processante
para apurar o caso no âmbito político-administrativo", explica.
Durante a coletiva, o vereador disse que acredita que o
diretor da Secretaria da Saúde flagrado e preso ao receber um percentual de
ocupante de cargo em comissão, nesta quarta-feira (05), é também vítima do
esquema ilegal implantado na Prefeitura. Nespolo adiantou que já foi procurado
por munícipes que, segundo ele, querem o envolvimento da Câmara de Vereadores
na apuração do caso.
O vereador também apresentou um ofício do Gaeco, onde a
entidade se propoe a dispor de cópias do processo para subsidiar o trabalho na
Câmara.
A Diretora Jurídica da Câmara de Vereadores de Campo Mourão,
Dânia Vanessa de Mello, também participou da coletiva e detalhou como funcionam
os trâmites de uma comissão processante. Caso o Poder Legislativo receba
denúncia nos próximos dias, a criação da comissão pode ser levada a votação em
plenário já na próxima sessão, marcada para o dia 17. A aprovação depende de
maioria simples e a comissão seria composta por três vereadores.
Pedrinho Nespolo também se baseou em uma matéria da Gazeta do
Povo e mostrou estranheza diante da declaração da prefeita Regina Dubay de que
não sabia de nada, pois, segundo a matéria do jornal, o principal suspeito de
comandar o esquema ocupa uma sala ao lado de seu gabinete e uma lista com nomes
de ocupantes de cargo em comissão e valores ficava sobre a sua mesa. "Por
outro lado, existiriam informações de que alguns ocupantes de cargo em comissão
estavam isentos do pagamento, benefício que teria sido 'conquistado' depois de
conversarem com a prefeita", emendou o vereador.
O presidente do Legislativo não descarta também a
possibilidade de um pedido de afastamento da prefeita e até mesmo a cassação,
dependendo do andamento das investigações. "Uma das preocupações agora é
saber para quem se destinava os recursos ilegalmente recolhido mensalmente dos
ocupantes de cargos em comissão e quem comandava o esquema”, enfatizou.
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