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Presidente da Câmara prevê comissão para apurar envolvimento da prefeita em "esquema"
07/02/2014 08:45:20
 
 
 

 

Fernando Lorenzzo/Assessoria

O presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Campo Mourão, Pedro Nespolo, deve pedir a instauração de uma Comissão Processante para investigar uma possível participação da prefeita Regina Dubay em esquema que cobrava dinheiro de comissionados, conforme investigação do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A informação foi repassada na tarde desta quinta-feira (06) durante uma coletiva na Câmara Municipal.

Nespolo disse que espera a denúncia chegar até o Legislativo para fazer o pedido. "A partir de denúncia formalizada por qualquer munícipe, acompanhada de evidências da materialidade do crime, será encaminhada ao plenário da Câmara Municipal proposta para a criação da Comissão Processante para apurar o caso no âmbito político-administrativo", explica.

Durante a coletiva, o vereador disse que acredita que o diretor da Secretaria da Saúde flagrado e preso ao receber um percentual de ocupante de cargo em comissão, nesta quarta-feira (05), é também vítima do esquema ilegal implantado na Prefeitura. Nespolo adiantou que já foi procurado por munícipes que, segundo ele, querem o envolvimento da Câmara de Vereadores na apuração do caso.

O vereador também apresentou um ofício do Gaeco, onde a entidade se propoe a dispor de cópias do processo para subsidiar o trabalho na Câmara.

A Diretora Jurídica da Câmara de Vereadores de Campo Mourão, Dânia Vanessa de Mello, também participou da coletiva e detalhou como funcionam os trâmites de uma comissão processante. Caso o Poder Legislativo receba denúncia nos próximos dias, a criação da comissão pode ser levada a votação em plenário já na próxima sessão, marcada para o dia 17. A aprovação depende de maioria simples e a comissão seria composta por três vereadores.

Pedrinho Nespolo também se baseou em uma matéria da Gazeta do Povo e mostrou estranheza diante da declaração da prefeita Regina Dubay de que não sabia de nada, pois, segundo a matéria do jornal, o principal suspeito de comandar o esquema ocupa uma sala ao lado de seu gabinete e uma lista com nomes de ocupantes de cargo em comissão e valores ficava sobre a sua mesa. "Por outro lado, existiriam informações de que alguns ocupantes de cargo em comissão estavam isentos do pagamento, benefício que teria sido 'conquistado' depois de conversarem com a prefeita", emendou o vereador.

O presidente do Legislativo não descarta também a possibilidade de um pedido de afastamento da prefeita e até mesmo a cassação, dependendo do andamento das investigações. "Uma das preocupações agora é saber para quem se destinava os recursos ilegalmente recolhido mensalmente dos ocupantes de cargos em comissão e quem comandava o esquema”, enfatizou.