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Gaeco faz busca e apreensão na prefeitura de C. Mourão
13/02/2014 00:40:31
 
 
 

 

 

Walter Pereira - Tribunadointerior.com.br

Policiais do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Maringá cumpriram na tarde desta quarta-feira (12) mandado de busca e apreensão de documentos na prefeitura de Campo Mourão. A ação foi uma continuação da operação iniciada na semana passada, em que foi desarticulado um “esquema” de arrecadação de dinheiro com descontos dos salários de servidores de Cargos Comissionados (CC’s). Além de documentos, foi apreendido também um computador e uma agenda, que seria do chefe de gabinete da prefeita Regina Dubay (PR), Raimundo Machado, apontado nas investigações como um dos responsáveis pelo recebimento dos repasses.

O coordenador geral do município, Carlos Garcia, não quis falar sobre o caso. O delegado do Gaeco, Elmano Rodrigues Ciriaco não repassou detalhes da apreensão à imprensa. Sabe-se que alguns servidores foram notificados a prestar depoimentos nos próximos dias. A procuradora geral, Carla Zagoto, acompanhou os trabalhos. Os policiais chegaram à prefeitura por volta das 16 horas e deixaram o local somente no final da tarde. As primeiras informações eram que o mandado de busca e apreensão seria realizado também em algumas secretarias, mas não ocorreu.

Além de depoimento ao Gaeco, funcionários e ex-funcionários que ocuparam cargos em comissão na prefeitura também procuraram a Câmara de Vereadores para denunciar o esquema de cobrança compulsória de parte dos salários pagos. Uma ex-funcionária revelou ao presidente do Legislativo, Pedro Nespolo (SDD), como ocorria a arrecadação, quem pagava e para quem era entregue os valores. Depoimento com teor semelhante também foi prestado pela depoente na sede do Gaeco. Na gravação, o chefe de gabinete, Raimundo Machado, é apontado como responsável por centralizar a coleta em sua sala, localizada ao lado do gabinete da prefeita Regina Dubay.

O caso

O “esquema” foi desarticulado durante operação do Gaeco na quarta-feira da semana passada. Na ocasião, o diretor da secretaria da Saúde, Anselmo Junior Camargo, foi preso em flagrante com R$671 e confessou que o dinheiro era repasse de salário de CC’s. Ele foi solto na segunda-feira e está trabalhando normalmente na secretaria da Saúde. O delegado do Gaeco, Elmano Rodrigues Ciriaco, afirmou que há indícios suficientes que comprovam a existência de formação de quadrilha, organizada no alto escalão da prefeitura com a finalidade de arrecadar dinheiro proveniente do salário de vários CC’s. Durante os quatro anos de mandato da atual administração, o “esquema” poderia arrecadar cerca de R$1,8 milhão. O valor é baseado em informações da Câmara de Vereadores, que divulgou durante audiências públicas que o gasto mensal com CC’s soma R$700 mil, dinheiro que somado ao 13º salário perfaz em quatro anos R$36,4 milhões para um percentual de 5% do esquema de contribuição que em quatro anos poderia arrecadar R$1,8 milhão.

Em nota, prefeitura reafirma que está contribuindo com investigações

Logo após a apreensão de documentos e um computador na prefeitura, a assessoria de comunicação do município divulgou “nota oficial” reafirmando que está à disposição do Gaeco para colaborar com as investigações. O comunicado, assinado pela procuradora geral, Carla Zagoto, e o coordenador geral, Carlos Augusto Garcia, diz que prefeitura está seguindo com “máxima presteza” e aberta a colaborar com as autoridades sempre que fizer necessário de forma a elucidar os fatos.

“Desta forma atendeu de pronto nesta tarde [ontem] o delegado Elmano Rodrigues Ciríaco e mais dois agentes, que vieram ao Paço Municipal em busca de informações e esclarecimentos de pontos do inquérito, bem como entregou notificações para depoimentos de servidores nos próximos dias”, diz um trecho da nota.