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Secretário diz que denúncia foi ‘armada’
31/03/2014 07:57:13
 
 

 

Por Walter Pereira – Tribuna do Interior

Sobre o processo de compra de votos, que tramita no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), para beneficiar a eleição de candidato a presidência da Câmara de Vereadores em Campina da Lagoa, o secretário de Administração, Omar Araújo, citado na denúncia, disse que o caso foi ‘armado’ para prejudicar a prefeita do município Célia Cabrera (PRTB).

O TJ acatou por unanimidade denúncia-crime contra a prefeita, o secretário, o ex-vereador Marcio Jean e um empresário da cidade. Eles são acusados de compra de votos de dois vereadores com intuito de eleger o então vereador Mozart Antonio Pereira, atual vice-prefeito, à presidência da Câmara para a gestão 2011/2012.

Segundo o Ministério Público (MP), que ofereceu a denúncia ao TJ, o esquema só não se consolidou porque os dois vereadores procurados não aceitaram a proposta e entregaram os cheques para a promotoria. “Foi feita toda esta armada porque era adversário tentando nos prejudicar”, defendeu-se Araújo, se referindo aos ex-vereadores Sérgio Antônio Ramos e Marcio Fernandes Calderari, que entregaram os cheques ao MP.

O secretário informou que a eleição, na época, era chapa única. Segundo ele, a intenção dos denunciantes era envolver o nome de Célia no escândalo para torná-la inelegível para a eleição seguinte (2012), a qual disputaria a reeleição. “Como você ia comprar voto para presidência se a eleição era chapa única”, questionou.

Araújo acredita que conseguirá provar ao TJ que não houve irregularidade. “Foi tudo armado”, ressaltou. “Já fizemos a defesa e o nosso próprio advogado tem nos falado que podemos ficar tranquilos”, frisou. Sobre a entrega dos cheques a Sérgio, o secretário informou que não era pagamento de voto. “Isso só na cabeça dele”, argumentou, reforçando que os cheques repassados ao ex-vereador era o pagamento de contrato de compra e venda de sacos de cimento, areia e pedra, que originou uma dívida de R$10 mil.

O secretário lamentou que desde que Célia entrou para a política vem sofrendo perseguições no município. “Ela surgiu do nada, ganhou a eleição quebrou um tabu de vinte anos, se reelegeu e vem sendo perseguida por isso”, criticou o secretário, acrescentando que está aberto a esclarecer o caso à justiça. “Estou tranquilo e com a consciência limpa”, falou.

A denúncia foi entregue ao MP em 2010. Os réus foram enquadrados no crime de corrupção ativa. Segundo a promotoria, eles teriam oferecido a quantia de R$10 mil para cada vereador; R$5mil em espécie e mais R$5 mil em cheque. Segundo consta no processo, os acusados teriam procurado os vereadores para o esquema em novembro de 2010, a eleição aconteceu em dezembro. O contato com eles para a negociação teria ocorrido no próprio gabinete de Célia. Conforme a promotoria, os cheques emitidos tinham como titular da conta, a loja de confecções do cunhado de Mozart, que repassou as folhas ao vereador Sérgio, mesmo não havendo nenhuma dívida ou negócio comercial firmado com o mesmo.