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Polícia revela detalhes da morte de Tatiane
27/06/2014 09:48:50
 
 

 

 

Por Clodoaldo Bonete

 

A Polícia Civil de Campo Mourão convocou a imprensa ontem para apresentar a versão oficial sobre o brutal assassinato da jovem Tatiane Jezualdo, 25 anos, em Ubiratã, no início deste mês. O delegado-adjunto da 16ª Subdivisão Policial, Marino Marcelo de Oliveira disse que até o momento as informações estavam muito desencontradas. “O objetivo é desfazer alguns boatos e dúvidas”, disse o delegado. O nome do autor do crime, Anderson de Oliveira, 28 anos, também foi divulgado oficialmente pela polícia. Ele está preso em cela especial na 16ª SDP, acusado de matar, esquartejar o corpo e jogar as partes no Rio Carajás, em Ubiratã.

 

Uma das novidades apresentadas pelo delegado foi a revelação de um vídeo gravado pelo autor do crime em seu celular, em que a vítima aparece apenas com roupas intimas. Em uma parte ela aparece sem o sutiã, segundo Marino e implora para não ser agredida e morta. “Ela chega a perguntar se ele vai matá-la e implora para não ser judiada. No entanto, nem chegamos a ver muito esse vídeo para evitar qualquer tipo de dano a essa prova. Encaminhamos para a polícia técnica que ficará responsável para uma melhor análise”, afirmou. Sobre informações já divulgadas por alguns órgãos de imprensa de que o vídeo continha cenas em que Tatiane era obrigado a praticar sexo oral no agressor, o delegado diz que tudo não passa de boatos. “Isso não existe. ”

 

O vídeo foi feito dentro do carro de Anderson, um Corsa de cor branca, com o qual ele deu carona para a vítima, após ela sair de casa para pegar uma van para ir ao trabalho. Os dois trabalhavam na cooperativa Unitá, de Ubiratã e por isso a jovem não hesitou em aceitar a carona, pois o rapaz nunca deu nenhum tipo de demonstração de que pudesse fazer o que fez. “Eles não trabalhavam no mesmo setor da empresa, mas se conheciam há muito tempo, porém nunca tiveram nenhum tipo de relação”, disse Marino.

 

A motivação do crime ainda é uma incógnita para a polícia. Anderson alega que matou Tatiane porque ela mantinha uma foto ou vídeo de um carro da empresa que ele havia atolado. Como não tinha autorização da empresa para sair com o veículo, o rapaz temia que a foto pudesse comprometê-lo no trabalho, caso a jovem passasse a seus superiores. “Essa versão deixou de ter sentido no momento em que fomos à empresa e tivemos a confirmação de que o carro foi mesmo atolado por ele, mas o próprio Anderson comunicou o fato no trabalho. Por isso não tinha por que temer essa suposta ameaça da moça. O problema é que ele não colabora com as investigações e só confirma a verdade dos fatos depois que a gente descobre provas. Foi assim desde o início, quando disse que a Tatiane morreu de ataque cardíaco e só confessou o crime após encontrarmos o tronco da vítima no rio”, relatou o delegado.

 

Após Tatiane entrar em seu carro, Anderson declarou à polícia que pegou a rodovia em direção a Cascavel porque queria dar um susto na jovem. No início disse que ela morreu de infarto, mas quando o tronco do corpo apareceu no rio, o rapaz mudou a versão. Disse que após parar perto do Rio e discutir com ela, decidiu matá-la esganada. Em seguida pegou o corpo e levou até uma propriedade onde morou por muito tempo, próximo ao Rio Carajás, onde esquartejou o corpo com um facão e jogou os pedaços no rio. “Ele disse que tentou queimar o corpo usando as roupas da vítima e alguns galhos de árvores, mas como não conseguiu destruir tudo, decidiu jogar as partes no rio”, contou o delegado.

 

Depois do crime, voltou para a cidade e enviou uma mensagem pelo celular de Tatiane à mãe dela, dizendo que tinha ido a Cafelândia. A família ficou desconfiada, acionou a polícia e o rapaz acabou preso. Os bombeiros, após várias buscas no rio resgataram o tronco, um braço com antebraço e parte de uma das pernas da vítima. No sábado passado a família fez o velório e sepultamento.