A última sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Ubiratã foi atípica e talvez por isso fez com que um dos nove vereadores resolvesse mostrar sua indignação para com a maneira com que os demais colegas de plenário atuam. O vereador reeleito Luiz Cunha, ao fazer uso da tribuna, cobrou mais seriedade e comprometimento dos demais edis com relação a realmente trabalhar para melhorar a qualidade da população ubiratanense e deixar de querer legislar em causa própria.
"Esse assunto nem é muito agradável. Nossa casa de Leis está tomando um rumo meio esquisito", disse Cunha, destacando que tem observado alguns vereadores tem agido apenas para si e que está na hora de parar com isso. "Não temos que nos promover, e, sim promover e cuidar do que é da sociedade ubiratanense. Aqui está assim: um fala uma coisa, outro fala outra e aquele um não concorda e vira um bate-boca desnecessário", exemplifica o edil, lembrando que em algumas situações um determinado colega entra com requerimento ou projeto e um outro vereador vota contra apenas por individualidade. "Existem ainda, casos que um vereador propõe algo e depois esse mesmo vota contra aquilo que ele próprio apresentou", continuou.
INDICAÇÕES E MAIS INDICAÇÕES - Outro assunto abordado por Luiz Cunha em seu pronunciamento é com relação a grande quantidade de indicações apresentadas sessão a sessão pelos vereadores.Â
Cunha diz que os ocupantes do cargo eletivo fazem indicação aos montes e espalham pela cidade o seu feito, como se essas indicações fossem dar resultado imediato. "O orçamento do próximo ano foi enviado aos vereadores, votado e aprovado e nenhuma dessas indicações fez parte da mesma, portanto, o município não tem recursos para colocar em prática as indicações", ressalta.
FALTA DE DISCUSSÃO DE ASSUNTOS IMPORTANTES - Outra questão polêmica levantada pelo vereador do PTB é o fato de que o presidente Harri Tholken, em muitos casos, não convoca os vereadores para discutir assuntos de relevância. "Esse mesmo orçamento para o próximo ano foi votado e aprovado sem que pudéssemos analisá-lo. Não foi feito convite a nenhum representante do Poder Executivo para que nos explicasse o assunto e muito menos debatesse conosco os prós e os contras", frisa o edil, destacando que infelizmente transparece que não há interesse de se trabalhar em favor da comunidade.
Além do orçamento para 2016, Cunha citou ainda o Plano Municipal de Educação, levado aos vereadores na tarde dessa terça-feira (16) e posto em votação extraordinária logo após a sessão ordinária. "O projeto tem centenas de páginas. Foi-nos enviado para ser votado de uma hora para outra, sem que os vereadores saibam do seu conteúdo. E o pior é que os vereadores vão votar e aprovar sem se inteirar do conteúdo e vão talvez com isso prejudicar a sociedade", disse o vereador, antecipando o resultado da votação, pois tão logo se encerrou a sessão o projeto de número 39/2015 foi votado e aprovado por seis votos à zero. As exceções nesse projeto ficaram por conta do próprio Luiz Cunha que não pode participar da extraordinária, do presidente Harri que se encontrava em Brasília e da presidente dessa sessão Ivone Jorge que só vota em caso de empate.
LADO ESQUISITO - O último assunto abordado pelo petebista é relacionado a quebra do regimento por parte dos cidadãos que se inscrevem para fazer uso da tribuna, pois geralmente quem fala ultrapassa o tempo estabelecido previamente para as suas considerações. Para Cunha, o presidente tem que ter a autonomia e fazer com que se tome a ordem durante a sessão. "Quando passar do tempo o presidente deve tocar a campainha e pedir ao munícipe que em dois minutos faça suas considerações finais. Se o presidente não fizer isso, daqui uns dias vai virar o que a nossa Casa de Leis?", finaliza Cunha.
Fonte: SISTEMA VALE
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