O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Cascavel do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta terça-feira, 20 de fevereiro, a Operação Pôr do Sol, que investiga organização criminosa com atuação no transporte interestadual de grandes quantidades de substâncias entorpecentes, receptação de painéis solares oriundos de furtos e/ou roubos e lavagem de dinheiro. Foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão preventiva nos municípios de Toledo, Medianeira e Cascavel, no Paraná, e em Várzea Grande, no estado do Mato Grosso. Dois dos mandados de prisão foram expedidos pela Vara da Auditoria Militar, e têm como alvo dois policiais militares, suspeitos de corrupção para proteção dos interesses do grupo.
As investigações tiveram início em 2022 pelo Gaeco de Cascavel a partir do recebimento de informação de que o grupo teria recepcionado uma carga de painéis solares roubados no estado de Minas Gerais. A organização disfarçava a origem dos valores obtidos com as atividades ilícitas a partir da utilização de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas para a realização de transferências fracionadas feitas sucessivamente até que se chegasse à liderança da organização. De acordo com o apurado, a organização teria movimentado mais de R$ 140 milhões, entre créditos e débitos, entre janeiro de 2020 e agosto de 2023.
No curso das investigações, foram apreendidas oito toneladas, quatrocentos e cinquenta e seis quilos e cem gramas de substância entorpecente análoga à maconha, que o grupo transportava para outros estados da Federação. Um dos principais destinos dos entorpecentes transportados seria o estado do Rio de Janeiro. Dois integrantes do grupo criminoso foram presos em flagrante no final de 2022 e início de 2023.
A operação de hoje objetiva, além da obtenção de documentos que serão analisados em conjunto com provas já produzidas a partir de medidas cautelares deferidas pela Vara Criminal da Comarca de Toledo, sequestros de bens imóveis, apreensão de veículos e bloqueio de ativos financeiros.
As ordens judiciais foram cumpridas com o apoio de policiais de outros núcleos do Gaeco do Paraná e do Mato Grosso, bem como de equipes de policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), das Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), do 6º Batalhão de Polícia Militar de Cascavel e da Corregedoria da Polícia Militar.
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