Fonte – Blog do Esmael / Po Esmael Morais
Mais de 4 mil educadores do Paraná se reuniram em Assembleia Estadual na tarde de sábado, 25 de maio, e aprovaram uma greve por tempo indeterminado a partir de 3 de junho. A decisão foi motivada pelos ataques do governador Ratinho Jr. (PSD) ao sistema de ensino público. A Assembleia permanecerá permanente para avaliar as ações do governo e o comando de greve fará avaliações diárias das mobilizações dos educadores.
A greve foi decidida após intensos debates devido à falta de diálogo do governo com a categoria sobre questões cruciais, como:
Pagamento da Data-Base, com uma dívida de mais de 39% do Estado com os educadores e demais servidores.
Privatização de 200 escolas e a terceirização de cargos de funcionários de escola.
A presidenta da APP, Walkiria Olegário Mazeto, enfatizou a importância do engajamento de todos os professores, funcionários, pais, mães e da comunidade paranaense na luta pelo direito a uma escola pública de qualidade.
Um dos principais pontos de conflito é o projeto Parceiros da Escola, que visa a venda de escolas públicas para empresas. Na última terça-feira, 22 de maio, o governador se reuniu com deputados da base para garantir a tramitação da proposta, que será enviada à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no início desta semana.
Os educadores estão mobilizados para que o projeto seja retirado da pauta. Caso contrário, pretendem organizar as comunidades para rejeitar a medida. A luta é por uma escola pública de qualidade, gratuita, laica e gerida pelo Estado.
A APP divulgou um calendário de mobilizações aprovado pelos educadores:
27 de maio: Criação dos Comandos Regionais de Greve, trabalho de base, Plataforma Zero, acompanhamento das sessões na ALEP (Curitiba e RM).
28 de maio: Continuação dos trabalhos iniciados no dia anterior.
29 de maio: Criação dos Comandos Regionais de Greve, trabalho de base, Plataforma Zero.
3 de junho: Início da greve e reunião presencial do Comando Estadual de Greve em Curitiba.
4 de junho: Ato estadual em Curitiba com a realização de audiência pública do FES e manifestação durante a sessão na ALEP.
A presidenta da APP destacou que a luta contra o projeto Parceiros da Escola é uma das mais importantes das últimas décadas. A aprovação e implementação deste projeto representam o fim da escola pública. A cada dia, os educadores lutam para manter as escolas abertas e garantir uma educação pública de qualidade.
A união dos educadores é essencial para desmontar a estratégia do governo, que impõe suas decisões ameaçando e chantageando os trabalhadores. A mobilização contínua e a resistência dos educadores são fundamentais para a defesa da escola pública no Paraná.
O que esperar de um governo que demitiu uma funcionaria (eu) que sofreu uma agressão física na empresa, relatou ao superior dela e foi demitida junto com o agressor? Isso é um desgoverno! Zero empatia”, denunciou a educadora Gil Priandi ao Blog do Esmael.
A greve aprovada pelos educadores do Paraná é uma resposta direta aos ataques ao sistema de ensino público pelo governo Ratinho Jr. A mobilização visa garantir uma educação pública de qualidade, resistindo a projetos que ameaçam a existência das escolas públicas. A união e a luta dos educadores, juntamente com a comunidade, são fundamentais para preservar o direito à educação pública e gratuita para todos.
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