O projeto de recuperação e proteção de nascentes desenvolvido
por meio do Laboratório de Pesquisa Geoambiental (Lapege) da Universidade
Estadual do Paraná (Unespar), campus Campo Mourão, para atender o município de
Campina da Lagoa, foi aprovado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Esta é
a primeira vez que a instituição aprova uma proposta apresentada em chamamento
público. As ações serão financiadas por dois anos.
Entre as propostas selecionadas pela Funasa estão pesquisas
aplicadas e estudos prioritários, baseadas em projetos apresentados por
instituições de ensino e pesquisa, com vistas à produção de soluções técnicas
sustentáveis, que serão incorporadas às ações que desenvolve. No total, foram
aprovados projetos de quatro universidades, dos quais a Unespar é a única
representante da região Sul do país.
Além de instituições de ensino superior públicas ou privadas,
participaram do chamamento instituições de estudos, pesquisas e desenvolvimento
e empresas públicas que executam atividades de pesquisa em ciência, tecnologia
ou inovação. O projeto da Unespar receberá apoio de R$ 136 mil, que resultará
na compra de equipamentos e materiais.
Para o diretor do câmpus de Campo Mourão da Unespar,
professor Eder Rogério Stela, a aprovação é uma maneira de comprovar a
qualidade dos trabalhos desenvolvidos pela instituição. “Nossos professores são
comprometidos e estão sempre envolvidos em ações que vão além da sala de aula.
Esse projeto proporcionará um intercâmbio com a comunidade em que estamos
inseridos. Com isso, cumprimos nossa função de oferecer resultados e melhorias
para a sociedade”, comenta.
APLICAÇÃO – Com foco na melhoria da qualidade da água, o
projeto será realizado em parceria com o Colégio Estadual Alberto Santos Dumont
e a prefeitura de Campina da Lagoa. A ação beneficiará 25 famílias de pequenos
agricultores do município, localizado a 100 quilômetros de Campo Mourão.
Segundo o coordenador, professor Jefferson Crispim, o projeto
será dividido em várias etapas. Uma delas é a capacitação dos alunos do curso
técnico em Meio Ambiente do Colégio Santos Dumont que auxiliarão na aplicação
prática do projeto. As famílias atendidas também receberão orientações e
participarão de todo o processo de implantação e acompanhamento.
Como explica Crispim, faz parte do projeto a confecção de uma
cartilha com o passo a passo explicando como deve ser a aplicação da técnica
para a recuperação e proteção das nascentes. “Embora simples, esse é um
trabalho que tem gerado resultados significativos nos locais que implantaram a
técnica”, pontua.
A afirmação do coordenador é comprovada com o teste de
qualidade realizado nas nascentes exploradas. Em todos os procedimentos é
efetuada a coleta e análise da água antes e após a conclusão dos trabalhos para
acompanhar os resultados. “As famílias atendidas têm a oportunidade de ver a
mudança, consumir uma água melhor e garantir qualidade de vida”, pondera.
ATENDIMENTOS – O Lapege já atendeu 45 propriedades com a
implantação do projeto que visa a melhoria da qualidade da água. Entre as ações
realizadas recebeu apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e da Cristófoli Biosegurança, que ainda é parceira.