“Se gastar mais, tem mais”, afirmou a presidente sobre os
recursos
Fonte Estadão - Foto: Agência Brasil
Dilma Rousseff defendeu o plano de armazenagem lançado em
2013 pelo governo federal, que prevê a concessão de R$ 5 bilhões em empréstimos
(Foto: Agência Brasil)
A presidente Dilma Rousseff informou que o governo se
comprometeu nesta safra com R$ 136 bilhões em crédito para a agricultura. Até
dezembro, disse a presidente, R$ 96 bilhões já haviam sido liberados.
"Sabe quanto era o total de recursos de crédito para a agricultura na
safra de 2002/2003? O que foi realizado foram R$ 27 bilhões", falou Dilma,
se referindo ao cenário de quando o PT assumiu o governo federal.
"Nessa safra nós nos comprometemos com R$ 136 bilhões. E
dissemos o seguinte: se gastar mais, tem mais". A presidente emendou
dizendo que o aumento dos recursos não é porque o governo é generoso, mas sim
porque "é crucial para o desenvolvimento do País". "Ninguém faz
agricultura sem crédito e sem juros adequados". Dilma Rousseff participou,
nesta terça-feira (11/2), da abertura oficial da colheita da safra brasileira
de grãos 2013/2014 e início do plantio da 2ª safra, em Lucas do Rio Verde, no
Mato Grosso.
A presidente disse que produtores rurais e o próprio ministro
da Agricultura, Antônio Andrade, falam em uma safra 2013/2014 de 196 milhões de
toneladas, embora a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estime uma
safra de 193,6 milhões de toneladas, previsão divulgada hoje. "Muitas
vezes você dá o numero (a previsão) e, se ele for menor do que ocorreu de fato,
é um sucesso. Mas, se você der um número e o resultado for menor, é um fracasso.
A Conab criteriosamente disse que a safra é de quase 193 milhões, o que já
seria um recorde", afirmou. "É muito importante que nós tenhamos um
número muito claro. O certo é que a safra não será de menos de 193 milhões, e
isso é uma vitória do agronegócio no Brasil."
Para alcançar esse resultado, no entanto, a presidente Dilma
Rousseff lembrou que o País tem um grande esforço a fazer: ganhar em
produtividade. "Só conseguiremos manter a redução da desigualdade,
aumentar a nossa classe média, que hoje é de 55% da população, se nos
dedicarmos com empenho em melhorar a produtividade de todas as atividades do
País, e aí o agronegócio é um exemplo para o País". Ela mencionou que a
produção de grãos cresce 221% e a área plantada cresce apenas 41%. "E isso
é produtividade na veia", disse. "E é isso que buscamos para todas as
áreas", emendou.
Outro ponto de destaque de seu discurso foi a questão da
necessidade de mão de obra qualificada no campo. Dilma Rousseff fez menção ao
Pronatec - o Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego - e à
importância de formar trabalhadores para operar as máquinas agrícolas. "É
fundamental o Pronatec para garantir que as pessoas tenham condições de estar à
altura dos desafios", disse.
A presidente afirmou ainda que é preciso formar técnicos,
professores universitários, profissionais universitários, pesquisadores e
cientistas. "Nós temos obrigação de querer que esse País tenha sobretudo
pessoas capacitadas, por isso que destinamos para a educação 75% dos royalties
de petróleo e 50% disso que se chama excedente em óleo do pré-sal. Nós vamos
ter dinheiro suficiente para investir em educação", disse.
Armazenagem
Outro ponto em discussão diz respeito à armazenagem. Dilma
Rousseff defendeu o plano de armazenagem lançado em 2013 pelo governo federal,
que prevê a concessão de R$ 5 bilhões em empréstimos por ano para melhorar a
capacidade de estocagem do País. "Mudaremos a face do agronegócio quanto
mais tivermos armazenagem eficiente", falou. A presidente contou que, após
o início do programa, consultou o Banco do Brasil e percebeu que o dinheiro
destinado ao financiamento da armazenagem "não estava saindo".
"Começamos uma campanha para que vocês (produtores) tomem esses
empréstimos, que é um dos mais razoáveis desse País", disse.
"Precisamos romper com as limitações e os gargalos de infraestrutura do
Brasil - e a armazenagem é um gargalo."
Ainda no discurso, Dilma afirmou que será feito um
"grande esforço" para integrar modais de transporte no Mato Grosso.
"Aqui nós vamos explorar o modal ferroviário, que o Brasil sempre
abandonou, o hidroviário, que o Brasil sempre abandonou, e o rodoviário, que o
Brasil não abandonou, mas permitiu que ficasse sucateado", disse.
Segundo Dilma Rousseff, ferrovias e hidrovias são duas de
suas fixações para o País. "Precisamos ter na cabeça que estrutura logística
neste País tem de passar pela integração de ferrovia, hidrovia e rodovia."