Governo Federal havia anunciado nesta segunda (21) que limite
de compras livres de impostos passaria de US$ 300 para US$ 150, mas reviu
decisão nesta terça-feira (22)
Fonte: Antonio Senkovsk – Gazeta do Povo
Menos de 24 horas depois de anunciar que reduziria a cota
máxima isenta de impostos para compras feitas no exterior de US$ 300 para US$
150, o Governo Federal suspendeu a decisão nesta terça-feira. Com isso, os
turistas que viajarem ao exterior e voltarem ao Brasil por vias terrestres
estarão sujeitos, pelo menos até o fim do ano, à cobrança de impostos caso suas
compras tenham excedido US$ 300. O governo tinha reduzido esse valor pela
metade.
A informação foi confirmada pela senadora Gleisi Hoffmann
(PT) em entrevista à Gazeta do Povo por telefone no início da tarde desta
terça. A senadora disse que foi pega de surpresa com o anúncio, feito pelo
Governo Federal nesta segunda-feira (21). Ela conta que logo depois de saber da
portaria que estabelecia a mudança, prefeitos da região da fronteira, membros
da Usina Hidrelédrica de Itaipu e outros líderes da região ligaram para ela e
manifestaram posições contrárias à redução.
Qualquer alteração que se faça nesse sentido impacta
diretamente a economia da fronteira. Como eu fui atrás para saber o que tinha
acontecido, acabamos descobrindo que a portaria era uma iniciativa para
regulamentar a lei dos free shops (lojas francas). A Receita Federal se
precipitou ao colocar a redução de cota nesse momento.”
A senadora falou sobre o caso diretamente de Assunção,
capital do Paraguai, onde faz, nesta terça, uma visita ao Senado paraguaio e ao
presidente do país vizinho Horacio Cartes. Gleisi está no país vizinho
cumprindo uma agenda de senadora. Ela disse que o fato de o anúncio da redução
da cota ter sido feito ontem foi uma coincidência.
Sou senadora da república e do estado que tem a fronteira
mais habitada com o Paraguai. Temos vários desafios que temos que realizar
juntos. Obviamente, a manchete de todos os jornais em Assunção hoje era essa”,
citou a senadora, que disse não ter sido pressionada em nenhum momento por
políticos paraguaios pela redução na cota.
Lojas francas
A portaria que estabelecia a redução será revogada por uma
nova portaria. O texto desta segunda também criava a possibilidade de
instalação de "lojas francas" em pontos de fronteira terrestre.
Segundo a Receita, essas lojas poderão ser criadas em "cidades gêmeas"
- cidades cortadas pela fronteira.
Os planos de implantação dessas lojas, agora, foram adiados.
Mas, quando forem implementadas, as pessoas que comprarem produtos nessas
"lojas francas" poderão gastar até US$ 300 sem pagar imposto, acima
da cota de US$ 150 por pessoa. Caso ultrapasse, o imposto cobrado será de 50%
sobre o valor acima da cota. O funcionamento das lojas francas depende de lei
municipal que autorize a instalação, informou a Receita.