Foto - João Silvestrin
Por Walter Pereira – Tribuna do Interior
A Polícia Civil concluiu o inquérito do acidente que matou cinco pessoas da mesma família na rodovia BR369 em Mamborê. A investigação confirmou a prática de “racha” entre quatro caminhoneiros identificados. Todos estão presos preventivamente na delegacia de Mamborê desde o dia da tragédia, ocorrida em 2 de julho. Um quinto caminhoneiro envolvido na situação foi ouvido e liberado, já que não se encontrava mais em situação de flagrante.
O delegado da 16ª Subdivisão de Campo Mourão (SDP), Marcelo Trevisan, que conduziu as investigações, informou que os quatro envolvidos no acidente foram indiciados por homicídio com dolo eventual. A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público (MP).
As vítimas moravam no distrito de Alto Pensamento, em Mamborê, e retornavam para casa após fazer compras em um supermercado da cidade em um Ford/Escort. O carro em que elas estavam foi atingido de frente por uma carreta que invadiu a pista contrária e passou por cima do veículo. Morreram no acidente Maria Vitória da Cruz, 4; Luan Gabriel da Cruz, 9; Mariana da Cruz, 11; José Reinaldo da Cruz, 34 (condutor); e sua esposa Alexandra da Cruz (idade não divulgada.
O delegado Marcelo Trevisan informou os registros dos tacógrafos demonstraram que os caminhoneiros praticavam excesso de velocidade no momento do acidente, entre 90 a quase 110 quilômetros por hora. “O que agravou a situação é que não além deles estarem andando muito rápido estavam em comboio muito próximos uns dos outros, o que acabou provocando o acidente”, falou. “A polícia entende que todos eles foram responsáveis diretamente pelo acidente. Eles previram que isso poderia acontecer em razão do excesso de velocidade e mesmo assim aceitaram este risco”, emendou.
Trevizan detalhou ainda que uma testemunha informou à polícia que ouviu os caminhoneiros se comunicarem entre si via rádio amador informando um ao outro se vinha carros na pista contrária para o que estava atrás fazer ultrapassagem. “Isso indica que eles estavam em pontos de faixa continua que não havia visibilidade e o que estava mais a frente dava sinal para os que estavam atrás ultrapassar, realizando manobras perigosas em locais impróprios”, falou.
Caso permaneça a tese defendida pela polícia do acidente, os envolvidos serão julgados a júri popular. Ao menos cinco testemunhas foram ouvidas.