Informação divulgada na quinta-feira, via assessoria de
imprensa do deputado federal Zeca Dirceu (PT), de que o governo dobrou incentivos
financeiros as Santas Casas e hospitais filantrópicos no país, irritou o
vereador de Campo Mourão Luiz Alfredo da Cunha Bernardo (PT do B). O vereador
falou que Zeca está mal informado sobre o assunto. Bernardo foi presidente da
comissão de custos que acompanhou a reabertura do pronto atendimento da Santa
Casa do município, no início deste ano. Ele e está a par de toda a real
situação do hospital nos últimos anos.
“Aparentemente não informaram Vossa Excelência que as Santas
Casas de Misericórdia, que respondem pelos leitos SUS em torno de 60% neste
país, possuem déficits operacionais porque o SUS remunera os serviços
contratados no valor médio, correspondente a 65%, dos custos dispendidos.
Nesses custos não se incluem despesas com imobilizados (prédios e suas
reformas) de consequência, sequer possuem capacidade de aumentos de sua
estrutura”, criticou Bernardo em e-mail enviado diretamente ao deputado.
A notícia, encaminhada à imprensa pela assessoria do
parlamentar, informa que entre as medidas de apoio para as Santas Casas está a
concessão de uma moratória de quinze anos para dívidas tributárias e
previdenciárias, a criação de uma linha de financiamento para dívidas bancárias
e ainda um maior incentivo financeiro em procedimentos complexos, o que representa
um incremento de R$ 2,34 bilhões para as entidades em 2014.
Contudo, de acordo com Bernardo, todo recurso que for
repassado as Santas Casas, sem que sejam revistos os valores pagos pelos
procedimentos, que determine mais prestação de serviços, ampliará o déficit
operacional. “Em outras palavras, se pretende o Governo Federal rever essa
relação perversa que possui com os hospitais que atendem SUS, que reveja os
valores das tabelas de procedimentos pagos”, acrescentou.
Bernardo criticou ainda Zeca Dirceu que a notícia “trazida
por ele” não é boa como pode parecer a alguns leigos. ‘Não adianta a letra
montada da notícia, se o paciente fica na recepção ou corredores sem
atendimento morrendo. Recursos financeiros e orçamentários verificamos que existem.
Assim só falta vontade política”, concluiu.