Walter Pereira, Tribuna do Interior
Um caso de intolerância religiosa foi registrado na noite desse domingo (4) em Campo Mourão. Um homem evangélico quebrou a imagem de Nossa Senhora Aparecida do próprio irmão, por não aceitá-la no local.
A situação foi registrada por volta das 20 horas, na rua São Josafat, área central da cidade. A vítima, dono de um bar, informou à Polícia Militar (PM) que seu irmão havia quebrado a imagem da santa que ele tinha no interior do estabelecimento.
O homem relatou ainda que é devoto de Nossa Senhora Aparecida, porém o irmão, que reside na mesma casa é evangélico quebrou a imagem por não aceitá-la no local. O acusado não estava mais no endereço no momento da chegada da PM.
A identidade dos envolvidos não foi divulgada pela polícia. Um boletim de ocorrência foi registrado sobre o caso.
Intolerância
A intolerância religiosa é o desrespeito ao direito das pessoas de manterem as suas crenças religiosas. Pode se considerar como atos intolerantes ofensas pessoais por conta da religião ou as ofensas contra liturgias, cultos e outras religiões.
Ações desse tipo, em suas formas mais graves, podem resultar em violência, como agressões físicas e depredação de templos e imagens.
O artigo 5º da Constituição Federal de 1988 garante que o Estado brasileiro é laico. Já a lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, prevê punição para crimes de discriminação, ofensa e injúria praticados em virtude de raça, cor, etnia, procedência nacional ou religião, cuja pena é de um a três anos de reclusão e aplicação de multa.
Não há uma lei específica que criminalize apenas a intolerância religiosa, e, apesar das garantias constitucionais e da lei 9459/97, esse tipo de intolerância continua sendo praticada diariamente no país.