Com informações do Tasabendo.com
Um caso revoltante e que escancara o colapso da rede de proteção à infância em Campo Mourão veio à tona nesta sexta-feira (24), após denúncia do site Tasabend.com. Um menino de apenas 9 anos, morador da cidade, foi brutalmente agredido pela própria avó, com golpes de ripa de madeira, e mesmo após ser visto em situação de violência, nenhuma autoridade apareceu para socorrê-lo naquela noite.
O caso ocorreu na noite de sexta-feira, 16 de maio, por volta das 20h, quando o morador Luciano Pires presenciou a agressão e acionou imediatamente a Polícia Militar. Para sua surpresa, os policiais repassaram a responsabilidade ao Conselho Tutelar, informando que não poderiam intervir.
“Expliquei o que estava acontecendo. Eles me disseram que só iriam até o local se eu passasse o número exato da casa. Mesmo com o tumulto na rua, ninguém apareceu. Fiquei esperando até quase 22h30. Foram duas horas e meia de abandono total”, desabafou Luciano.
Indignado, o denunciante procurou o vereador Sidney Jardim e levou o caso ao conhecimento do Ministério Público, além de registrar o ocorrido em ata junto ao próprio Conselho Tutelar na segunda-feira seguinte. Somente então, uma conselheira foi até o local e encontrou o menino com hematomas visíveis, confirmando o espancamento relatado pelo garoto.
Falhas em cadeia: possíveis crimes vão além da agressão
O Ministério Público agora investiga o caso, que pode envolver muito mais do que uma simples agressão doméstica. A conduta da avó pode ser enquadrada como lesão corporal ou até mesmo tortura, e a omissão de socorro por parte dos órgãos públicos pode configurar prevaricação e negligência institucional.
“Não é apenas uma surra. É um sistema inteiro que falhou. Uma criança gritando por ajuda foi ignorada por quem deveria protegê-la”, comentou um jurista ouvido pela redação.
O Conselho Tutelar confirmou que atendeu a ligação, mas se recusa a comentar o caso. A Polícia Militar, por meio da assessoria, também se isentou de falar, alegando restrições impostas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Agora é com o MP
O menino segue sendo acompanhado pelas autoridades e, segundo informações preliminares, está fora de risco imediato. Já a avó poderá responder criminalmente, caso sejam confirmadas as agressões e maus-tratos. O silêncio das instituições envolvidas, porém, gera revolta na população e levanta um questionamento essencial: quantas outras crianças estão sendo ignoradas pelo sistema?
Seguimos acompanhando o caso de perto. Porque silenciar diante da violência é ser cúmplice.
Redação Portal o Vale