Um menino de seis anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), morreu na noite de quinta-feira (22) após passar por um procedimento de ressonância magnética em uma clínica particular de Umuarama, no noroeste do Paraná. O caso comove a comunidade e está sendo investigado pela Polícia Civil.
De acordo com o boletim de ocorrência, a criança — moradora de Tapejara — ficou agitada durante o exame. A equipe da clínica tentou contê-lo com sedação por inalador, sem sucesso. Em seguida, foi aplicada anestesia por seringa. Pouco depois, o menino perdeu a consciência e entrou em parada cardiorrespiratória.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, conseguiu reanimá-lo e o transferiu ao Hospital Norospar, onde o óbito foi confirmado às 20h14.
Nota oficial do Hospital Norospar
Em nota divulgada às 17h19 desta sexta-feira (23), o Hospital Norospar esclareceu que o paciente chegou em estado gravíssimo, com um quadro súbito de hemorragia pulmonar grave, o que levou à parada cardiorrespiratória.
“Imediatamente, a equipe médica presente, incluindo a anestesista responsável, iniciou as manobras de ressuscitação cardiopulmonar, realizando a intubação orotraqueal e promovendo estabilização clínica”, diz o comunicado assinado pelos diretores clínicos da instituição.
Apesar de todos os esforços, o menino não resistiu. A equipe de psicologia e assistência social do hospital também foi mobilizada para dar suporte aos pais e familiares.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML), que deve apontar com precisão a causa da morte.
Investigação aberta
A Polícia Civil de Umuarama instaurou inquérito e já começou a reunir documentos médicos, laudos técnicos e depoimentos dos profissionais envolvidos. “Ainda não há definição sobre responsabilidades criminais ou causas diretas do óbito”, afirmou o delegado Leonardo Martinez.
Ponto de alerta
O caso levanta sérios questionamentos sobre a estrutura e preparo de clínicas para realizar exames em crianças com TEA, especialmente no que diz respeito à sedação segura e protocolos de emergência.
Mais do que uma tragédia isolada, trata-se de um alerta nacional sobre como lidamos com a saúde de pessoas neuroatípicas — que merecem cuidado especializado, respeito às suas especificidades e protocolos clínicos bem definidos.